terça-feira, 5 de agosto de 2008

Uma vida...

Em tempos, um jovem vivia a sua vida feliz, com os amigos da sua rua, os colegas de escola, a família em casa, e uma paixão não denunciada por uma rapariga que nunca conseguiu tirar do seu coração.
Ele adorava viver no seu mundo de fantasias, ouvia as musicas que o faziam sentir mais confortavel, jogava jogos, fazia desporto e ia com os amigos à noite beber uns copos.
Ele sim parecia ter uma vida perfeita, mas no entanto, obscura...
A sua paixão, é quem ele culpava, se tinha rasão ou não, é indeciso. Ela em tempos parecia gostar dele, mas um dia virou-lhe as costas a meio de uma conversa, e sem rasão aparente...
Desde então, ele continuava a sua vida diária a fazer o que fazia normalmente, "viver a vida com a dos outros" diria ele, mas à noite as insónias atacavam. À luz viva da lua, ele ia para o rio da sua cidade e lá chorava, chorava lá porque aí ele sabia que em comparação à água, as suas lágrimas eram insignificantes...
A meio da noite quando ele já não conseguia chorar mais, ele ia para os bairros mais perigosos para comprar droga, a qual consumia em casa, penosamente no seu quarto com a janela aberta e incenso a arder enquantos os seus pais dormiam silênciosamente.
Todas as noites ele fez o mesmo, e a cada noite que passava, ele mantinha-se acordado até ao amanhecer.
De manhã ele saía de casa como se tivesse dormido descansadamente à noite. Levado pelo desespero, ele decidiu então acabar com a tortura pela qual passava...
Numa manhã, a primeira pessoa que o viu foi a sua paixão, mas chocada com o que viu, os remorsos deixaram-na inquieta e em sofrimento.
"Eras tu, que a esperança que eu mantinha em por-me um sorriso todos os dias, eras tu que eu desejava poder segurar nos meus braços até ao fim das nossas vidas, não sei porque o fizeste naquele dia, mas gostava de ter entendido antes de hoje... apenas digo que te amei até ao fim, o fim da minha vida..."
O olhar dela não a conseguia enganar pela forma como estava escrito estas palavras, e pela falta de credibilidade ela ficou aterrorizada ainda mais... Com uma rosa no peito, uma pulso aberto e as pontas dos dedos ensangrados, estava ele morto por amor à porta de casa da sua paixão.
Nunca tinha ela pensado que apaixonar-se por outra pessoa custaria uma vida, a vida de um rapaz de quem ela gostara tanto...
Nessa noite, ela fez como ele, foi para o rio, exactamente à parte do rio a que ele ia todas as noites, e ela chorou lá...
Os pensamentos corriam pela sua cabeça enquanto choravam:
"Para que as minhas lágrimas sejam uma com as tuas".

[Continuará...]
[depois de alguns coments ^^]