sábado, 22 de agosto de 2009

Psycho killer

Estou a uns poucos trinta metros de ti na rua quando acabo de fumar o segundo cigarro do dia e penso na minha vingança do teu acto infame e descontrolado que tiveste, que me aprisionou nesta tal angustia e desejo de te fazer sofrer mais do que tu o fizeste a mim.
Tendo eu uma imaginação muito fértil e uma habilidade para diversas acções, corre-me pelo cérebro uma enorme diversidade de ideias, tal como, "por que não infiltrar-me na tua casa para te apanhar despercebida?" ou então "e que tal enviar-te uma bonita mensagem de terror colocando nos teus lençois o sangue dos que te são mais queridos?"... hum... não sei... podia fazer uma variedade de coias.
Uma das coisas que acho mais interessante em ti é que tou a dois metros de distância de ti agora, nas tuas costas, mas tu não o sabes, isto é, porque tu, nunca olhas para trás.
E por muito que me apeteça, não te posso tocar agora, pois, se o fizer, não conseguirei completar a minha vingança, por isso, vou continuar a seguir-te calmamente...
Já se passaram vinte e um dias desde que comecei a planear a minha vingança, vinte e um dias desde que aquele acto foi cometido, vinte e um dias desde que comecei a seguir-te sempre que saias de casa até à noite quando voltasses ao teu lar... foram vinte e um longos dias... mas agora o meu plano está completo, e tu vais sofrer!
Daqui a dois dias, vou colocar uma carta na tua caixa de correio, uma carta que utilizarei em nome de uma empresa de um amigo meu para te atraír para uma suposta "reúnião de formação e consulta de estereótipos humanisticos (...)" e quando chegáres lá, bem, nem deus sabe o que te espera...
Já é o dia... jé estou no terraço do edificio onde tudo aconteceu, será que te lembras? Será que te lembras onde fui traído pela pessoa em que mais confiava? Bem, agora só preciso de esperar mais uns poucos minutos para que chegue a hora marcada para dares a tua presença. Já chegaste, e enquanto estou eu aqui escondido, sei que te aproimarás do ponto exacto onde tudo aconteceu, porque eu sei que simplesmente não podes abandonar o sentimento de rancor e arrependimento.
"já te tenho onde quero, e há algum tempo que esperava por este momento! Eu prometi-me que mesmo que corras, que uses barcos, carros ou aviões, e que tu poderias ter a certesa de que eu te encontraria!"
Olha para mim!
"Nã me ignores! Olha para mim! Estás tu aqui à beira de uma grande queda e daquilo que seria a minha vingança! Porque nem pedes por mesericórdia?? Responde!"
Agora sinto-me preocupado... Será que ela se sente pronta para morrer? Assim a minha vingança não iria servir de nada se ela não teme pela sua vida... Já começo a deixar de sentir aquele ódio e desejo de vingança que tinha... Sinto-me vulneravel e fraco, a começar a ficar com medo de mim mesmo...
«Peço imensa desculpa por te ter atirado, por favor tenta perceber que foi um grande acidente...» (sussurra ela)
Agora percebo, agora percebi tudo. Eu apenas faço parte de um grande rancor, uma culpa, morri num acidente causado por ela, neste mesmo lugar à vinte e três dias atrás, sou apenas uma memória perdida, apenas para ser unicamente relembrado por ela, pela forma de que a abandonei daquela forma, embora nao o quizesse.
"Não foste tu que me mataste, pelo contrário, farto do que estava a viver, sem me ter apercebido que tu estiveste sempre ao meu lado, não pensei duas veses e decidi aproveitar o que tinha acontecido para acabar com a minha vida... Não te posso pedir para que me perdoes, pois sei que o que diz foi claramente errado da minha parte, mas por favor, apenas liberta-me deste repentino sofrimento, deixa-me partir em paz para que pelomenos possa olhar para ti através do outro mundo..."
Então crio que tenha de te dizer adeus desta forma...